A Crise do nosso Casamento tem relação com o Casamento dos meus Pais?

O Casamento dos nossos pais

A infância e a adolescência são tesouros para a vida; através delas, nós vivemos cenas inesquecíveis, em que a brincadeira dá o tom da construção do mundo.

No meio deste mundo cheio de criatividade, pode ser que estivéssemos envolvidos em crises conjugais de nossos pais. Hoje, na condição de adultos, e vivendo crises conjugais diante de nossos filhos, conseguimos entender que não controlamos como gostaríamos os fluxos emocionais; não represamos como desejaríamos as cenas que eles não devem participar e compreender.

Há algo que se atravessa; de forma mais ou menos evidente, e as crianças vão construindo o entendimento, que conseguem ter sobre o que vivem. De maneira que se você presenciou uma crise conjugal dos seus pais, que pode ter ou não terminado em separação conjugal, é possível que haja marcas na sua forma de sentir as incertezas do seu relacionamento.

Sabe o porquê disso?

Porque quando criança; temos a impressão de que as brigas são maiores do que de repente são. Sustentamos os temores típicos desse jeito de ver a vida, que é “vilão” e “mocinho”, “destruição” e “construção”.

Por mais que os adultos nos digam que não é para nos preocuparmos; nós pensamos e sentimos coisas fortes àquele respeito. 

Com isto, minha gente, não quero dizer que os casais são culpados pelas dores dos filhos. De jeito nenhum.

As dores de existir se sobrepõem numa vida em família.

É impossível que tenhamos a capacidade de separar todos os espaços emocionais: a minha dor, a sua dor, a dor do casamento, a dor dos filhos, etc. Todas estas dores se intercomunicam; têm uma interseção na hora do jantar, na hora da tV juntos; na hora do passeio.

Portanto, são marcas inevitáveis; que nem sabemos quais serão; mas haverá uma história para ser recontada. No entanto, acontece que a maioria de nós chega à vida adulta com estas histórias praticamente intactas. Levamos para o casamento estas cicatrizes, estas formas de enxergar o outro, a crise, a dor de não conseguir encaixar-se perfeitamente nas expectativas do outro; a força da palavra, do grito; da ameaça de separação.

Quando dois adultos discutem a relação; estão revivendo algo inconsciente do que puderam assistir de seus pais; do que puderam intuir ou inventar com seu pensamento mágico; do que puderam inclusive “catastrofizar ” sobre aquela história. Mas enfim uma vez crescidos, eles são outras pessoas, maiores e mais diferentes da forma de uma criança pensar.

Não somos cópias de ninguém

Enfim somos cheios de novos horizontes para a ideia de existir em casal. Não somos cópias de ninguém, pessoas não são fotocópias. De maneira que não reproduzimos perfeitamente um padrão aprendido na família de origem. Podemos ser… parecidos. E nessa semelhança, há algo que é deles e algo que é nosso.

Na hora de olhar para a sua história infantil, perceba as marcas que ficaram. Compreenda como o que você viveu lá atrás tem a ver com o jeito que você está vivendo a sua crise conjugal. E não deixe de olhar para o que é só seu, para o espaço de autonomia que você se dá para fazer tudo diferente deles. Ou, pelo menos, tentar, o que já é um grande mérito…

por Alexandre Coimbra Amaral, psicólogo, Mestre em Psicologia pela PUC do Chile Terapeuta de Casais, Famílias, Grupos e Comunidades.

A jornada terapêutica “Reconstruindo nosso Casamento” foi desenhada pelo Psicólogo e Best Seller Alexandre Coimbra Amaral para aqueles que estão em sofrimento por sucessivas crises no relacionamento conjugal e que buscam caminhos de reencontro.

A jornada está aberta para quem deseja participar como casal ou individualmente.

A participação não substitui a psicoterapia ou análise para casais, mas é um importante complemento no processo de lidar com a crise no relacionamento.

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O Instituto Aripe é uma plataforma de cursos online de psicologia para quem busca aperfeiçoamento profissional ou aprofundamento nos assuntos que abordamos. Somos o lugar de encontro de pessoas que acreditam na busca do conhecimento como forma de crescimento pessoal e potencialização da prática profissional. Através de um olhar sistêmico abordamos temas relativos a terapia de casal, teoria do apego, puerpério e parentalidade em nossos cursos.

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