E se eu não quiser ter mais filhos? E se eu não me sentir preparado para ter mais filhos?
O filho único é visto na nossa cultura como sendo mais mimado e superprotegido, mas isso pode acontecer com qualquer filho, não somente com filhos únicos. A questão é que os irmãos ofertam para nossas vidas quatro habilidades: competir, colaborar, negociar e dividir.
Um filho único não vai ter essas experiências com irmãos dentro de casa, portanto vai diminuir a forma visceral, contínua e interminável com que ele teria a oportunidade de conviver com outros pares para aprender essas quatro habilidades.
Socialização do filho único
Então, o chamado para um filho único é a socialização. O pai e a mãe de um filho único precisam se dedicar para que o filho construa uma rede de amigos com idades que ele possa se sentir íntimo dessas crianças e pertencente ao grupo.
Não precisa ser um pertencimento fácil, pode ser um pertencimento com algumas angústias: o outro que não empresta o brinquedo, que quer mandar na brincadeira, que não quer brincar comigo, quero dividir isso com o outro e ele não quer… esses pequenos conflitos de crianças quando acontecem dentro de casa os pais não tem como sempre proteger…
Frustração e os desafios
O pai e a mãe de filho único precisam ficar atentos para esses momentos em que a criança pode ficar exposta a situações mais desagradáveis onde nosso olhar quer sempre proteger… precisam tomar cuidado para não coibi-la de participar disso, não impedi-las de viver essas coisas que são parte do processo de amadurecimento relacional dela….
É nessas questões que as crianças vão aprender a se frustrar. Uma das maiores habilidades da vida adulta é a tolerância a frustração… Nós precisamos dar aos nossos filhos o direito de aprender isso.
O que a nossa cultura chama de mimo, nós chamamos de intolerância a frustração. Esse é o processo de aprendizagem de uma criança, ela ir entendendo que os desejos dela são limitados diante de determinados contextos e que ela vai precisar aprender a competir, negociar, dividir e colaborar.
Ter um filho único é uma alternativa sim, é um direito que você tem de constituir sua família. Só precisa tomar cuidados para ele ter uma socialização adequada, que forneça a oportunidade para ele ir aprendendo sobre as frustrações da vida e os grupos é um grande lugar para isso acontecer.
por Alexandre Coimbra Amaral, psicólogo, terapeuta familiar e de casais; fundador do Instituto Aripe e está conduzindo o Curso de Psicologia do Puerpério.
O curso online “Psicologia do Puerpério” é para quem tem vontade de conhecer com profundidade, a psicologia perinatal, o processo emocional da mulher, do bebê, da díade formada entre a mãe e o seu filho, da família e das pessoas em torno da grande novidade que é o nascimento de um bebê.
Para profissionais que já trabalham com gestantes, parturientes e puérperas, estudantes das áreas de saúde; educação e ciências humanas, como formação complementar, já que é um tema quase nunca exposto nos cursos de graduação como conteúdo básico.
Saiba mais em: https://aripe.com.br/psicologia-puerperio/
O Instituto ARIPE é uma plataforma de cursos online de aperfeiçoamento e aprofundamento profissional de psicologia; cursos complementares e educação continuada a distância para psicólogas (EAD), psicanalistas, terapeutas individuais, psicoterapeutas, psicopedagogas e interessados pelos assuntos.
Respostas de 5
Obrigada! Seus vídeos me ajudam muito!
Como sempre recebendo informações valiosíssimas que repasso para minhas doulandas e filhas!!! Obrigado Alexandre!!!
Acho que a creche pode colaborar bastante na construção dessas quatro habilidades, não?!
Gostaria de receber no meu e-mail
Olá Valeria, é só você se cadastrar no site do aripe em “Receba Conteúdo Por E-mail!”
abs, Equipe Instituto Aripe