Falando das emoções no casamento

No vídeo de hoje, vamos conversar sobre as tão famigeradas, DR’s, que às vezes encalacram o casal em um conflito que se estende por tempos e tempos.

Coisas pequenas de nós dois

Quando um casal tem algum nível de desavença, de desacordo, pode começar em uma cena simples, cotidiana, aparentemente banal.

Não raro na terapia de casal, os casais começam quase pedindo desculpa, por trazerem esse tema, a partir de uma cena tão corriqueira.

Mas é que detalhes tão pequenos de nós dois, são coisas muito grandes para esquecer, como diria o rei Roberto.

E isso quer dizer em termos de relacionamento conjugal o seguinte: todas as vezes em que nós estamos falando do que é mais cotidiano, do que é mais banal, estamos falando da capacidade de comunicar as emoções.

Capacidade de cada um dos pares comunicar suas emoções

Nós estamos falando das diferenças entre um e outro na capacidade de expressar-se emocionalmente. De conseguir traduzir o que se sente, o que se sente na presença do outro:  como eu fico diferente, porque você está ao meu lado; ou em cada mudança do seu humor, como isso reverbera em mim, no que eu sinto, no que eu penso sobre nós, em como eu me comporto.

Muitas vezes esse exercício parece muito abstrato para algumas pessoas, aqui temos questões de gênero importantes envolvidos, os homens tem mais dificuldade nisso e o terapeuta de casais entra nesse jogo linguístico, nesse diálogo, quase como um tradutor das emoções.

Às vezes a cenas mais cotidianas, revelam padrões repetitivos, formas que vão sendo construídas no dia a dia do casal de um jeito, em outras vezes muito disfuncional, ou muito estranho, às vezes que provoca muito sofrimento na forma de lidar com as emoções e sobretudo de falar delas na hora da “DR”, na hora em que paramos para debater aquilo que não está indo tão bem no nosso relacionamento.

Então, a terapia de casal é esse cenário em que convidamos essas cenas a existirem para que possamos conversar sobre elas e sobre as emoções, que estão ocultas naquela narrativa, que estão por trás daquela cena. É claro que o nosso papel não é falar por eles, o nosso papel é falar com eles.

O diálogo do terapeuta de casal é um diálogo com, não é um diálogo por.

Às vezes é um diálogo sobre, outras vezes, usamos a nossa imaginação para criar hipóteses sobre o que o outro possa querer dizer com aquela fala.Às vezes nós acertamos, outras não acertamos.

Mas o importante é nos jogarmos nessa narrativa, o terapeuta de casais, está dentro desse diálogo, ele “mete a colher”, fazendo alusão aquele ditado popular. O terapeuta de casal, ele entra nessa “DR”, a sessão de terapia muitas vezes é a própria “DR” ou uma reconstrução daquela tentativa de conversa que aconteceu mal dentro de casa.

Então, o que nesses momentos é importante para nós que vamos exercer esse ofício?

O importante que não nos incomodemos com cenas cotidianas, que vejamos beleza no que é mais particular, que possamos exotizar o que é aparentemente ordinário, que possamos colocar a lupa de um olhar curioso nessas cenas que podem mostrar, muito do que as pessoas gostariam de dizer do que elas sentem, mas não conseguem.

A terapia de casal também é um espaço de aprendizagem sobre a expressão das emoções e também trabalha cada pessoa individualmente no seu direito e na sua habilidade de se conhecer e colocar o que sente no jogo da vida.

Eu espero que você esteja gostando dessa série de vídeos. Então fica aqui  conosco nessa série que você vai aprender um tanto sobre isso, e em breve no curso de Fundamentos de Terapia de Casal aqui pelo Instituto Aripe, até mais!

por Alexandre Coimbra Amaral, Psicólogo, Mestre em Psicologia pela PUC do Chile Terapeuta de Casais, Famílias, Grupos e Comunidades.
Psicólogo do Programa “Encontro com Fátima Bernardes”, da Rede Globo. Colunista da Revista Crescer (Editora Globo) e do Portal Lunetas (www.lunetas.com.br).

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