Outras Crises que Chegam Junto com o Filho

Alguns imprevistos no meio do caminho

Hoje quero abordar esse momento da vida em que a gente recebe um filho. Começamos a acostumar com todas as dinâmicas novas e desafiadoras que a chegada de um filho nos traz. E, ao mesmo tempo, começam a acontecer coisas na nossa vida que não esperávamos e que não podemos controlar. E que aumenta bastante a complexidade de nossos dias.

Alguns exemplos desses imprevistos são: alguém da família que está sob seus cuidados adoece. Talvez uma doença crônica como câncer ou diabetes mais grave. Pode ser também um problema financeiro. Você ou o seu marido perde o emprego e vocês não sabem como lidar com as contas básicas. Justamente em um momento que você já tem mil questões escalonadas na sua vida familiar. Outra possibilidade é que esteja acontecendo alguma questão natural que possa influenciar no seu trabalho, caso o seu trabalho for ligado diretamente a natureza. Por exemplo, se estiver acontecendo um período de seca. Então, você precisa administrar os efeitos dessa seca no seu trabalho e tem um filho nascendo.

Todas essas questões e muitas outras são intercorrências naturais e inesperadas da vida. Que vem em situações que nós não estamos conseguindo lidar com mais nada. E de repente você precisa se reorganizar na sua forma de estruturar o seu tempo. Que já está em uma grande transformação pela chegada do filho. Você já está tendo que encontrar alguma ordem no caos e chegam algumas notícias inesperadas como essas.

Situações limites

Muitas vezes, esses eventos inesperados nos levam a situações limites. De desespero, de impaciência, de não saber o que fazer e como irá se estruturar. Para as pessoas que estão em volta dessa mulher, é importante construir uma rede de solidariedade. Que tenha olhos para ver o nível de saturação e exaustão dessa mulher diante dos cuidados de um bebê. Aqui precisamos construir um mundo mais solidário e menos solitário.

Quando uma mãe chega a um esgotamento e saturação em relação aos cuidados com o bebê e as questões que acontecem na vida dela, ela fica mais vulnerável para cometer violências com esse bebê, violências de toda sorte.

Não hesite em procurar ajuda

Então, existe uma comunidade em volta desse bebê que merece cuidar dessa família que esta vivendo uma situação tão difícil. Se você, mãe, está sentindo que está se esgotando no seu puerpério, não hesite em procurar ajuda. Procure se vincular a pessoas. A pedir ajuda delas. E dizer que não está aguentando mais. Procure ajuda e estruture uma rede de cuidados para você poder dar conta do que está vivendo.

A metáfora aqui é a do aviso da aeromoça no avião. Que orienta colocar a máscara de oxigênio primeiro em você e depois na criança. Ou seja, para que nós tenhamos condições de cuidar de um bebê, nós precisamos receber oxigênio primeiro. Esse oxigênio é amor, cuidado, afeto, atenção, logística e, às vezes, cuidado financeiro também.

Pense em como está o seu oxigênio diante das situações que está vivenciando. Se você sentir necessidade, procure ajuda. Peça que essa rede funcione para você como uma espécie de máscara de oxigênio.

por Alexandre Coimbra Amaral, psicólogo, terapeuta familiar e de casais; fundador do Instituto Aripe e está conduzindo o Curso de Psicologia do Puerpério.

O curso online “Psicologia do Puerpério” é para quem tem vontade de conhecer com profundidade, a psicologia perinatal, o processo emocional da mulher, do bebê, da díade formada entre a mãe e o seu filho, da família e das pessoas em torno da grande novidade que é o nascimento de um bebê.

Para profissionais que já trabalham com gestantes, parturientes e puérperas, estudantes das áreas de saúde; educação e ciências humanas, como formação complementar, já que é um tema quase nunca exposto nos cursos de graduação como conteúdo básico.

Saiba mais em: https://aripe.com.br/psicologia-puerperio/

O Instituto ARIPE é uma plataforma de cursos online de aperfeiçoamento e aprofundamento profissional de psicologia; cursos complementares e educação continuada a distância para psicólogas (EAD), psicanalistas, terapeutas individuais, psicoterapeutas, psicopedagogas e interessados pelos assuntos.

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Respostas de 8

  1. Muito verdadeiro! A maioria das pessoas não tem noção do que passamos ao ter um filho, muita coisa diderente ao mesmo tempo, sem contar o trauma causado por uma cirurgia. As mamães precisam de mais apoio e cuidado!!
    Ótimo texto.

  2. Tenho um bebê de nove meses e não consigo aceitar muita ajuda. Devido a dificuldade no começo da amamentação e outras questões, fiquei muito ciumenta e possessiva com meu bebe. Não acho que ninguém possa cuidar direito ou quando faz algo joga na minha cara que faz melhor. Sei que tenho várias atitudes e pensamentos errados mas não estou conseguindo mudar. E sei que uma hora o cansaço vai bater forte e bom me senator ainda mais isolada. Gostaria de conversar e no tenho ninguem proximo…

  3. Naum fzia a menor idéia de como seria difícil a chegada de um bb, confesso q estou quase enlouquecida!
    Requer bastante cuidado, paciência e Sabedoria.
    MDs! A cada dia algo durante para aprender.
    Pra kem estar de fora td eh m uiito fácil., Sqn!!!

  4. Olá Joana. Realmente, a Maternidade Real é muito pouco falada socialmente. É quem está vivenciando na prática que prova de todo o seu amor e também de toda sua dor, não é mesmo? Seja bem-vinda ao nosso Instituto! Aqui, com certeza, você encontrará um espaço de acolhimento e informações que possam te auxiliar nessa fase. Abraços!

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