A adoção é muito mais do que um ato altruísta de amor benevolente como a nossa cultura judaico-cristã nos coloca.
Então, a adoção nasce, na grande maioria dos casos, de uma falta, de uma ausência…
O amor que ele/ela vai desenvolver pelo seu filho é o mesmo amor que a mãe/pai biológico desenvolve pelo filho biológico.
A psicanálise nos diz que todos os nossos filhos são adotados porque quando recebemos um filho biológico nos braços, ele é diferente do filho que imaginamos, então precisamos adotar o filho real nas nossas vidas. Então, se todos nós passamos por esse processo de adotar um filho, ela não é diferente das mães que gestam os filhos em suas barrigas.
Nós, do Instituto Aripe, queremos dialogar com vocês, mães/pais adotivos, incluir vocês como parte da necessidade, da visibilidade e da beleza da maternidade/paternidade adotiva e de todos os desafios que ela traz, alguns particulares a maternidade/paternidade adotiva e outros comuns a qualquer tipo de maternidade/paternidade. A maternidade/paternidade adotiva traz para o entorno do filho uma consciência de que não são somente os laços consanguíneos que constroem essa relação potente entre mãe e filho, entre pai e filho.
Então, a adoção é um fenômeno que é muito ampliado na nossa existência e nós precisamos descortinar essa ideia que ela esteja centrada somente no fenômeno envolvendo pais e filhos.
A adoção não é reprodução como a maternidade e a paternidade biológica, nós nos enredamos com essa palavra achando que estamos criando através da reprodução biológica uma pessoa parecida conosco,
Imagem: katieksturg