Reféns da virtualidade e os espaços de ser e pertencer.

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Tenho escutado angústias, de tanta gente, sobre seus espaços de pertencimento, sobre os medos que nascem dessas sensações construídas, de que os vínculos humanos possam ser tão frágeis…

Apego inseguro nascendo sob a tutela dos algoritmos no comando das relações.

Já pensei sobre isso algumas vezes desde então, inclusive porque sou dessas existências subversivas, que de tempos em tempos faz pausas para respirar, desconectar daqui, reconectar acolá… minha rebeldia se nega a acreditar que postamos, logo existimos, nesse admirável mundo novo.

Existimos porque sim! Porque resistimos, amamos, sucumbimos e levantamos. Nossa unicidade reside em ser o que podemos e em não ser aquilo que se espera e se mostra de nós.
Assim, fico cá escavando a humanidade possível na dança com esses algoritmos, e não encontro!

Quem de nós tem a oferecer essa disponibilidade constante para o outro, para as relações, como um movimento retilíneo uniforme das aulas de física do Colégio?

Não seríamos nós, inconstantes, erráticos, cíclicos, sazonais, como tudo o que vive! Incapazes de oferecer nossas palavras, imagens e afetos, de forma contínua num fluxo incessante?

Não somos nós aqueles que inspiram, tomando do mundo pra si, pra em seguida expirar, devolvendo de nós pro universo, pendulando entre jorros generosos de nosso mundo interno e a incessante fome de matérias tantas?

O que violentamos em nós quando optamos por dizer ao mundo que cotidianamente nos vemos em abundância para compartilhar?

Que não temos a necessidade de silenciar e, ainda mais nesses “tempos-invernos”, de nos nutrir de algum recolhimento? Esse espaço, a virtualidade, tem sido luz e encontro, em tempos de solidões tantas. Mas não é possível que nos façamos reféns, subjugados a um sistema de expectativas construídas.

Bora naturalizar nossos picos e vales, as falas e os silêncios, os sóis e as noites escuras.
Bora entender o estar na linha de frente, sustentar o insustentável; o chorar em posição fetal; e o subir pras montanhas pra plantar suas esperanças, como narrativas igualmente possíveis, que caibam nossas verdades na saga desse capítulo, até o próximo.
Somos feitos disso tudo aí.

Qualquer coisa que não se pareça com isso, é filtro.

por Daniela Leal , psicóloga, terapeuta de Casais, coordenadora de grupos terapêuticos relacionados à maternidade, especialista do Instituto Aripe e está nos Cursos Jornada Terapêutica para Casais e Psicologia do Puerpério.

O curso “Teoria do Apego” foi desenhado para dar auxílio e instrumentalização a pessoas que se interessem pela especialização na Teoria do Apego e pela temática das relações interpessoais e vinculação humana.

O formato é acessível para qualquer pessoa, incluindo profissionais da área da Psicologia, que se interessem por esta temática. Em todos os nossos cursos, privilegiamos a comunicação aberta, com conceitos bem embasados teoricamente, sem renunciar à possibilidade de entendimento e diálogo.

O curso será ao vivo, em aulas online participativas, onde os alunos conversam com o professor a todo momento, esclarecendo dúvidas, trazendo histórias que ilustram conceitos, abrindo novas frentes de discussão, interpretação e entendimento.

Conheça mais sobre o curso da Teoria do Apego em: https://aripe.com.br/teoria-apego/

O Instituto ARIPE é uma plataforma de cursos online de aperfeiçoamento e aprofundamento profissional de psicologia, cursos complementares e educação continuada a distância para psicólogas (EAD), psicanalistas, terapeutas individuais, psicoterapeutas, psicopedagogas e interessados pelos assuntos.