Tive muitos momentos de tristeza, durante a gestação. Acredito que a mãe que tem esse diagnóstico durante a gravidez, vive uma espécie de luto. Pois não vai chegar o filho que ela imaginou, idealizou. Então, ficamos divididas. Nos sentimos culpadas. Mas depois nos sentimos perdoadas, também.
Então, eu me perdoo pelos pensamentos. Pelos sentimentos que eu tive. Quando ela chegou, por termos nos preparado, foi uma explosão de alegria. Foi o dia mais feliz das nossas vidas. Depois que ela nasceu, só tivemos alegrias. Ela é uma criança iluminada e doce. É muito fácil ser mãe dela.
O que eu tenho para dizer aos pais que passam por uma situação assim, é que se permitam viver a tristeza. Sentir a revolta. Mas saibam que a alegria também vem. Não temos muitas garantias na vida. A felicidade pode surgir de formas inesperadas. Não procuramos pensar no futuro. Procuro não usar o termo “criança especial”. Porque queremos mais filhos e acho que todo filho é especial a sua maneira.